
O caneludo do Casqueiro
Quando chegaram em Garopaba, os açorianos se depararam com os sambaquis, distribuídos ao longo da costa catarinense. Tratados pelos locais como “casquieros”, devido a grande quantidade de cascas de mariscos deixadas pelo Homem do Sambaqui e posteriormente pelos índios Carijó. Junto aos “casqueiros” encontram-se sepulturas rasas e vestígios de uma civilização já extinta. Desde os primeiros viajantes que aqui chegaram se depararam com esta cultura que andavam nus pela costa. As informações e relatos foram repassados como um povo diferente que desenterravam seus mortos e acondicionavam o esqueleto em panelas de barro, além dos “estranhos” rituais religiosos.
Esses relatos deram a impressão que estes primitivos, que andavam pelos costões eram seres assustadores e misteriosos. Passando a referencial de símbolos no cotidiano popular. Educar as crianças através do medo (respeito) aos perigos e impedimentos inexplicáveis pelos mais velhos era a prática. Impedir que as crianças brincassem nos costões ou acompanhassem os pescadores lhes eram lembrados da presença do “Caneludo do Casqueiro”. Com o passar do tempo toda e qualquer desobediência ou falta de respeito aos mais velhos as crianças eram ameaçadas com a vinda do “Caneludo do Casqueiro”.